Desapontamento
Já faz uma semana que fui assitir ao filme Alice no Pais das Maravilhas. Muito se falou, inclusive aqui no blog e eu estava com um pouco de receio de colocar a minha opinião. Agora que voces ja tiveram oportunidade de assitir, ai vai:Não Gostei.Achei chato, moralista, entediante, bobo e sem o menor brilho. Acho uma pena que o cineasta Tim Burton, que tem uma capacidade incrível de transformar tudo o que faz em verdadeiras obras de arte, tenha se rendido tanto à Disney.
Muito pior do que isso, ele vai ser lembrado eternamente por esse filme que está muito, mas muito aquém de sua obra.Pronto, falei.
Bom, ainda não vi... Mas por acaso até queria ver :P
ResponderExcluir“Alice no País das Maravilhas”, de Tim Burton tem lá suas qualidades, poucas, mas tem. O melhor do filme são os personagens e a sua composição, digamos assim, pictórica; porque convenhamos, neles é possível imaginar que Tim Burton tinha (ou teria?) ideias interessantes para explorar num filme, mas definitivamente, entreguou-se de corpo e alma ao “stablishment” e vendeu a alma. Hoje é um diretor que não tem pudores em reduzir tudo ao óbvio para conquistar bilheterias e conseguir altas granas para delírios visuais. É isso. O filme é uma redução, digamos assim “talentosa” do livro. Nem dá pra dizer que é uma adaptação porque não é. É uma utilização dos personagens de Lewis Caroll para uma outra história, bem comum, básica e óbvia. Enquanto tudo vai sendo construído e a força da imaginação é a receita, até que o espírito da reflexão sobre a fantasia e a loucura convencem. Ainda um pouco, quando também o espírito do nonsense desenfreado parece dar as caras, o universo de Tim Burton parece se entrelaçar ao universo de Lewis Carroll. Mas quando, do meio pra frente, a história tem que fazer sentido, tudo vira o rame-rame da receita hollywoodiana e o melhor é substituído pelo pior. É quando assume a cena o vilão sem graça e óbvio e é quando tudo se completa na famosa batalha dos exércitos do bem contra o mal, que já estamos carecas de assistir em “O Senhor dos Anéis”, “As Crônicas de Nárnia” e outros filmes menos cotados. É quando aparece o dragão assustador (nesse filme nem tanto) roubado de “A Bela Adormecida” e tantos outros filmes do gênero e é quando Alice vira o herói mais óbvio e sem convicção. Tudo perde a graça, já que o princípio da imaginação, vivo e poderoso na literatura de Carroll e pregado pelo início do filme, dá lugar a clichês óbvios que refletem justamente a falta de imaginação. O nonsense é substituído pelo moralismo e o que era loucura vira receita de como viver “sua própria vida”. Uma pena, porque, sucessos à parte, já não se pode esperar muito de Tim Burton. Daqui a pouco ele vira um chato de verdade, que acredita que imagem é que é arte e não elaboração de ideias. Orson Welles disse que a imaginação é mais importante que o conhecimento e Tim Burton com sua “Alice no País das Maravilhas” prova que a imaginação é solapada pelo conhecimento da fórmula de “encantar” multidões. É um filme belo e Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Anne Hathaway são brilhantes; enquanto algumas composições em animação como o Coelho Branco e o Gato de Ceshire são encantadores; mas o filme, por sua redução e comprometimento, não trancende e a sensação após o seu final é do mais profundo vazio. Ah, que saudade de “Edward Scissorhands”, “Ed Wood” e “Beetle Juice”. Fazer o quê? E um último comentário, sobre o 3D: diria que nesse filme, atrapalha.
ResponderExcluirQue bom ver posts inteligentes e atuais sobre o mundo e a vida de todos nós, sem segregações e vulgaridades! Está de parabéns!
ResponderExcluirFalei a mesma coisa Ralf.
ResponderExcluirInclusive reclamaram no Face dizendo que o filme é "D+".
Eu até cochilei no filme, você acredita?
Visualmente lindo mas...
Isso para mim é o que dá quando se quer ser muito criativo na tentativa de de reinventar a roda.
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